Christian Dior (Martins Editora, 2009)
Minha cabeça de editora questiona três coisas depois de ter lido este livro. 1) Por que os verbetes estão com o nome em inglês, seguidos da tradução em português? É péssimo para consultar - e trata-se, afinal, de um dicionário. (Ok, existe um sumário, nas últimas páginas, com os termos em português, em ordem alfabética.) 2) Por que imprimir péssimas fotografias preto-e-branco, ainda mais num papel que não ajuda nada a melhorar a qualidade das imagens? 3) Por que, nas legendas, fazer referência aos vermelhos, verdes e amarelos das roupas, se tudo aparece num cinza feio e sem vida? Que ficassem apenas as ilustrações, e sem referência às cores inexistentes.
Tem outra coisa que me incomoda: propaganda enganosa. A quarta capa do livro diz com todas as letras que ele ensina a, entre outras coisas, "amarrar uma echarpe" - assunto que me interessa muito. Pois li de A a Z e não existe informação alguma sobre como dar um mero nó nesse lenço comprido. O dicionário de Christian Dior deve ter tido sua utilidade nos anos 50, quando foi lançado. Lido hoje, não traz nenhuma informação inédita para quem está acostumado aos ensinamentos de Trinny e Susannah ou já absorveu os ótimos conselhos de Nina Garcia. Todos os autores, na verdade, falam sobre a mesma coisa; a mais importante prega que elegância e simplicidade andam juntas. Pena que a editora de O pequeno dicionário da moda não o tenha lançado com fotos mais bacanas e coloridas. Seria uma maneira de preservar, belamente, as referências escritas por um dos maiores estilistas que o século 20 conheceu.