sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A misteriosa chama da Rainha Loana

A misteriosa chama da Rainha Loana
Umberto Eco (Record, 2005)

Não sou lá muito fã do Umberto Eco, mesmo tendo gostado de O nome da rosa e do melhor ainda Pós-escrito a O nome da rosa. Tentei ler A ilha do dia anterior, tentei ler Baudolino, e nada. Mas insisti quando saiu esse livro por causa do assunto principal: a falta de memória e as lembranças, muitas delas literárias, que vão ajudar a trazê-la de volta. Gostei mesmo apenas da primeira das três partes que formam o romance, a chatice em que se encontra Yambo, o protagonista, que ainda sabe dizer quando a América foi descoberta e citar o Teorema de Pitágoras, mas que não lembra o próprio nome, não sabe onde mora nem o que faz, e não reconhece a própria família.

Para ajudar na recuperação, Yambo vai passar uns dias na casa de campo que herdou do avô, onde está guardada uma enorme coleção de discos, revistas, livros e quadrinhos de sua infância. E foi justamente aí, no começo da segunda parte, que me perdi na história. As lembranças de Yambo datam dos anos 40 e a eles fazem referência. Pior: referências culturais da Itália. Não conheço quase nada, não havia como me empolgar. Ainda assim, vejo agora que pelo menos um pouco o livro me fez pensar, tantas são as frases sublinhadas. E uma anotação escrita à margem, na página 224: "Reiventar a infância, também sonhada - e não vivida? - por causa de livros, aventura, mistérios que não aconteceram. O desafio é agora." Eu não me lembro mais do desafio.

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