terça-feira, 6 de janeiro de 2009

George, being George

George, being George
editado por Nelson W. Aldrich, Jr. (Random House, 2008)

Eu não sabia quase nada sobre o George Plimpton até ler uma matéria escrita pelo Graydon Carter, da Vanity Fair, no New York Times. Falava sobre o lançamento desse livro, contava algumas histórias que entraram para o folclore de Plimpton e me deixou morrendo de curiosidade sobre esse homem que nasceu rico, frequentou as melhores escolas, mudou-se para a Europa no pós-guerra e, quase de farra, juntou-se a outros americanos para, juntos, lançarem um marco da literatura mundial: a revista The Paris Review. (Qualquer um que se interesse a sério por livros e escritores deveria sair correndo em busca da compilação de entrevistas da PR, lançada pela Companhia das Letras.)

Organizado por um ex-editor da revista em Paris (depois a redação se mudou para Nova York), o livro é muitíssimo bem definido pelo subtítulo: George Plimpton's life as told, admired, deplored and envied by 200 friends, relatives, lovers, acquaintances, rivals - and a few unappreciative observers. Não existe um texto corrido, e sim parágrafos com o depoimento desses vários amigos, parentes, amantes, conhecidos, gente que participou da vida de Plimpton em cada uma de suas fases. Dá certo, e a gente percebe isso já no prólogo, uma sensacional coleção de testemunhos sobre a fascinação que ele tinha por fogos de artifício. Eu, que tenho uma birra tremenda por prólogos, adorei.

Eu ia dizer que George Plimpton teve uma vida invejável: foi gregário, festeiro, empreendedor, aventureiro. Virou celebridade, e isso não é coisa das mais fáceis no mundo literário. Mas não posso invejar, porque sou o anti-Plimpton total. E estou muito contente assim. É tão bom saber que os livros - e muitas biografias, como a do Richard Burton - podem preencher esse tantinho de desprendimento que eu não faço questão de aprender a essa altura da vida, porque gosto dela do jeito que é.

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