Guilherme de Almeida (Imesp, 2008)
Da série "por que minha memória guarda essas coisas bizarras e eu não consigo me lembrar de pagar o IPVA em dia?" Sempre que corto os cabelos um pouco mais curtos, como aconteceu essa semana, me veem à cabeça uns versos do Guilherme de Almeida: Sabes / esta manhã cortei os meus cabelos / Denunciavam-me tanto! / E a ti também, meu poeta. A lembrança literal acaba aí, mas depois vinha algo a respeito da facilidade da moça em colocar o chapéu e como isso ia melhorar a vida deles.
Tá certo, não se trata de nenhum soneto. Mas na falta da coleção completa de Guilherme de Almeida, capa dura, que herdei da minha avó, esse foi o livro que me pareceu mais apropriado para o post. É que, além do trecho sobre a solução capilar para o relacionamento de musa e poeta, eu só me lembro mesmo de alguns sonetos, a maioria de rima pobrinha ou, pior, de rima e temática pobrinhas. Tinha um volume só sobre a Revolução de 32, mas esse nunca me pegou. E, acredito, muita coisa sobre São Paulo além-guerra. Não li tudo, não. E ainda prefiro me lembrar de Guilherme de Almeida por causa da moça que foi ao cabeleireiro do que pela tradução que ele fez de If, do Rudyard Kipling, um poema edificante que fala de tudo o que eu não sou.
3 comentários:
Olha, o Guilherme de Almeida era um bom tradutor do Baudelaire (não traduziu tudo, mas tem uma edição conhecida, que é a "Flores das Flores do Mal") e um bom haicaísta. Alguns dos poemas dele têm rimas riquíssimas -mas é fato, o cara era bem irregular. Beijo!
Eu nem acho ruim a tradução de If, mas o poema definitivamente não combina comigo. E vc tem razão, agora estou me lembrando dos haikais dele. Qualquer dia eu passo lá na minha mãe, onde está a coleção, pra ler alguns.
Eu já não gosto do "If" original. Nem sou muito fã do Kipling -mas ele tem poemas melhores.
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