Robert Wilson (Record, 2002)
Li assim que saiu - meu exemplar tem a data de 6/9/02 -, influenciada por algum comentário positivo no jornal. Adorei. Recomendei, dei de presente. Sempre que passava por ele na estante, pensava "um dia preciso reler", e vinha uma nostalgia do litoral de Portugal, que eu não conheço, e a lembrança de uma trama que, para explicar a "pequena morte em Lisboa", voltava no tempo até as conspirações nazistas e a ditadura de Salazar.
Mas ao pensar em escrever sobre o livro no blog, vi que me lembrava muito pouco de tudo. Voltei a ele, então, para uma leitura "na diagonal", expressa, lendo um trecho aqui e outro ali, pulando parágrafos e páginas inteiras, até que a história policial começasse a voltar à minha cabeça. E o que percebi dessa releitura me deixou um pouco triste. A trama é boa, sim. Envolvente, até o fim não dá pra entender o que os nazistas têm a ver com a morte de Catarina Oliveira. E a explicação convence, não faz uso de coincidências milagrosas como Os homens que não amavam as mulheres (ontem li uma resenha sobre o livro na Folha Online que parecia piada: ou o sujeito que a escreveu não leu o livro ou até hoje só leu péssimos romances policiais). O problema - e foi isso que me deixou triste - foi eu não lembrar de como o livro é pobrezinho em termos literários. Está cheio de clichês, de frases mal pensadas, de descrições horrendas e, vá lá, uma ou outra situação descabida. E aí eu volto à pergunta sem resposta: o sujeito é bom porque escreve bem ou porque conta uma boa história?
2 comentários:
Alternativa a: porque escreve bem. Se escrever muito bem, a "boa história" é até desnecessária. On the other hand, quem tem uma boa história na mão e escreve mal pode arruiná-la facilmente. É como se conta, não o que se conta. Beijo!
Ah, mas muito fácil assim não tem graça! :-) Preciso de questionamentos existenciais-literários... Beijo
Postar um comentário