Reparação
Ian McEwan (Companhia das Letras, 2002)
Eu não tenho dúvida em afirmar que este é um dos livros mais belos, e mais tristes, que já li. Nunca antes tinha lido McEwan, e o que li depois (Sábado, Amsterdam, Na praia) só confirmou a certeza de que ele é um dos melhores escritores contemporâneos vivos. (Tive a sorte de vê-lo falar, e ler um trecho do então inédito Sábado, na Flip de 2004, em Parati.) Tratar da história é quase inútil, porque um simples resumo da trama não chega perto da grandeza da narrativa e nem dá mostras da sensibilidade de McEwan. Mesmo assim: num dia de verão, em 1935, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que, mal interpretada, trará conseqüências para o resto não só de sua vida como também para as vidas de sua irmã, Cecilia, e do jovem Robbie Turner. Falar mais do que isso não leva a nada. Melhor chamar a atenção para a descrição magistral que McEwan faz das enxaquecas da senhora Tallis, ou dos horrores da guerra em que Robbie Turner vai lutar. Reparação não é um livro fácil, no sentido de que não poupa o sentimento do leitor em nenhum instante; é daquele tipo de livro que causa uma permanente sensação de desconforto.
Apenas dois comentários: adoro Cecilia Tallis, uma personagem que gostaria de ter construído, e adoro o título original em inglês, Atonement - algo como "expiação", em português.
domingo, 21 de outubro de 2007
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