Na praia
Ian McEwan (Companhia das Letras, 2007)
Como já disse em outro post, considero Ian McEwan um dos melhores escritores contemporâneos vivos. E dá raiva quando ele lança livros tão pequenos assim. Na tradução de Bernardo Carvalho para a Companhia das Letras, são só 128 páginas - o tamanho certo, é verdade, para narrar as desventuras de um casal em sua noite de núpcias, mas pequeno demais para quem gosta da prosa envolvente do escritor.
Edward e Florence casam-se em 1962, antes que os Beatles, a minissaia e a revolução sexual virem o mundo de cabeça para baixo. Ambos são virgens, nenhum dos dois sabe o que fazer a respeito do sexo, são pudicos demais para tocar no assunto um com o outro. E então o desastre acontece. Uma amiga minha achou a história tristíssima e eu, em princípio, não achei tanto assim. Mas então fico pensando que o que mais dói é saber que esses casos podem muito bem ter acontecido, aos milhares, por falta de comunicação. E que provavelmente milhões de mulheres mundo afora também já propuseram aos maridos - ou aceitaram quando o eles o faziam - tratos como o que Florence sugere a Edward. Poderiam ter sido nossas avós, nossas mães. Tomara que não continue conosco, nem com nossas filhas.
domingo, 4 de novembro de 2007
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