quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A mulher que não prestava

A mulher que não prestava
Tati Bernardi (Panda Books, 2006)

Eu tenho a sorte de conhecer a Tati Bernardi - e de, depois de uma impressão inicial esquisita, poder admitir que eu estava errada: essa garota é um barato e sua conversa só perde mesmo para os textos que ela escreve. Mulher nenhuma consegue passar pelas páginas desse livro sem se identificar com a maioria das crônicas. A mulher-personagem da Tati somos todas nós que já levamos um pé na bunda, que temos complexo de inferioridade, que encanamos com a celulite e que invariavelmente escolhemos o cara errado.

A Tati escreve uma espécie de Sex and the City tupiniquim sem os vestidos fashion e as sandálias Manolo Blahnik. Suas crônicas, ao contrário dos dramas de Carrie & Cia., não precisam das ruas de Manhattan para acontecer. O glamour, ao contrário, está sempre nos outros, e nunca na mulher desesperada, cansada e confusa que ocupa as páginas do livro. Dá gosto em concluir: com a Tati na parada, o mercado brasileiro de livros não precisa de Melancias, Sophies Kinsellas e nenhum outro título de chick lit importada. Temos a nossa, autêntica e original, porta-voz das neuroses femininas.

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