O ladrão no armário
Lawrence Block (Companhia das Letras, 2007)
A diferença deste livro para outras ficções policiais começa na narrativa: a história é contada pelo próprio ladrão, e não pelo investigador ou por um narrador onisciente que, invariavelmente, puxaria a brasa para a sardinha da lei. E Bernard Rhodenbarr, o ladrão, de cara conquista o leitor. Sua maneira de viver não ganha, em nenhum momento, falsas justificativas: Bernie admite que rouba porque gosta, tanto da adrenalina quanto do resultado financeiro. Só não imagina que outras pessoas, como seu dentista, conheçam sua verdadeira "profissão" - pior, e que encomendem a ele um roubo como vingança contra a ex-mulher. De olho nas jóias da perua, Bernie invade seu apartamento e fica preso no armário quando ela volta da rua mais cedo do que ele esperava. Azar: quando ele finalmente consegue sair, encontra a mulher mortinha da silva no chão. E torna-se o principal suspeito do crime.
A história é bacana e Bernie é irresistível - nenhum leitor em sã consciência questiona sua conduta moral. Mas não há como engolir a solução do crime, muito fácil e conveniente. Leitores de policiais e/ou livros de mistério sabem que o mestre (Christie, Stout) nunca dá todas as pistas durante a trama. É impossível querer rivalizar com Wolfe ou Poirot. Mas Lawrence Block, pelo menos neste livro, tira a solução da cartola, e aí fica improvável demais.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
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