O morro dos ventos uivantes
Emily Brontë (Record, 1996)
Meu primeiro contato com este livro aconteceu cedo demais - pior, numa edição condensada que veio junto com alguma revista que minha mãe lia nos anos 80. Eu era adolescente e não entendi nada, nada, da história de Heathcliff e Catherine, um fantasma batendo na janela em busca do amor do passado, jovens de nomes idênticos em tempos diferentes. Por fim, com 20 e poucos anos, resolvi tirar o livro a limpo; queria entender a história de uma vez. E fui presa fácil da trama, que procuro reler sempre que possível, torcendo pra que dessa vez Cathy engula o esnobismo e Heathcliff engula o orgulho, pra que os dois finalmente fiquem juntos para sempre.
Mas será que não ficaram? O amor dos dois, violento, tortuoso e dolorido como foi, é dos sentimentos mais fortes da literatura - e, como mostra Heathcliff ao se humilhar diante do que pensa ser o fantasma de Catherine na janela, sobrevive até à morte. Gigantesca também é a vingança que ele impinge a toda a família de Cathy, a começar pelo irmão, Hindley, e à de Edgar Linton, de quem se torna cunhado. Em O morro dos ventos uivantes, os sentimentos são tão fortes que a parte da história que fica sem esclarecimentos (de onde, afinal, veio Heathcliff? E como depois ele ficou tão rico?) não tem a mínima importância.
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