quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Extremamente alto & incrivelmente perto

Extremamente alto & incrivelmente perto
Jonathan Safran Foer (Rocco, 2006)

Resolvi colocar a capa estrangeira do livro no post porque foi essa a versão que eu li, em paperback (mas também conheço gente que leu a tradução de Daniel Galera e gostou muito). Extremamente alto & incrivelmente perto faz parte de uma rara categoria de livros que consegue falar com delicadeza de um assunto pesado. Do tipo que, ao mesmo tempo, provoca um prazer imenso pela leitura e uma inveja imensa pela capacidade do autor em escrever tão bem, e com tanto sentimento. Ainda mais sobre um assunto difícil - a morte -, e muitas vezes sob o ponto de vista de um menino de 9 anos.

Oskar Schell perdeu o pai nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, em Nova York, e agora mora só com a mãe num apartamento em Manhattan, na frente do prédio onde vive sua avó. É um menino instigante: em seu cartão de visitas (sim, aos 9 anos ele tem um cartão de visitas!) ele diz que é inventor, entomologista amador, francófilo, escritor de cartas, percussionista, romântico, explorador, joalheiro, detetive, vegetariano e colecionador de borboletas. Certo dia Oskar descobre, no antigo armário do pai, uma chave misteriosa. E decide que, mesmo tendo de percorrer a cidade inteira, precisa encontrar o fecho certo para a chave. A empreitada do garoto é narrada em meio a cartas escritas há muito tempo por um velho que saiu de casa - e a confluência entre as duas histórias, ainda que óbvia, não deixa de interessar. A romaria de Oskar também pode ser muito divertida, como nos trechos em que ele escreve para o ídolo Stephen Hawking. Mas é a tristeza que perpassa todo o livro - até o final, acompanhado de uma belíssima seqüência de fotos que reforça a melancolia.

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