Senhorita Smilla e o sentido da neve
Peter Hoeg (Companhia das Letras, 1994)
O título em português até tenta, mas a aliteração em inglês soa infinitamente melhor: Smilla's sense of snow. Já faz tempo que li este livro, e nunca mais o retomei - vê-lo na estante causa uma sensação de estranhamento, uma certa aflição -, portanto o que segue são apenas lembranças. Comecei o livro achando que era um policial, a história de uma moça que investiga a morte de um garoto, seu vizinho. Engano: o componente policial até existe, porque o garoto foi, sim, assassinado, mas o que segue é quase a questão existencial de Smilla, meio dinamarquesa meio groenlandesa, e suas reflexões sobre a sociedade em que vive (em contraste com os hábitos inuit de seus antepassados), os homens e o gelo (Smilla é uma geóloga especialista em neve).
Lembro de ter simpatizado com Smilla, mas não consegui entrar muito em sua viagem. E não me recordo direito do desfecho da história - mais de dez anos depois, ele me volta à cabeça como um tanto forçado. Pouco depois houve um filme baseado no livro, com a bela e fraquinha Julia Ormond no papel de Smilla, e um inadequado Gabriel Byrne como o mecânico, que no livro é um homão. Se bem me lembro, o final do filme é ainda mais absurdo. Relendo o que escrevi, parece que não gostei do livro. Mas gostei, sim, e talvez seja hora de relê-lo para descobrir o que tanto me causa estranhamento ao vê-lo na estante.
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