Alberto Manguel (Companhia das Letras, 2005)
Entre junho de 2002 e maio de 2003, Alberto Manguel resolveu reler um livro marcante por mês e comentá-los entre os acontecimentos de sua vida numa espécie de diário literário, mais ou menos como a idéia inicial desse blog. Começa com A invenção de Morel, passa por Dom Quixote e Sherlock Holmes, termina com Memórias Póstumas de Brás Cubas. Quando eu li Os livros e os dias, no segundo semestre de 2005, já conhecia os diários e o dicionário inacabado de Lutécio Jordão - sem dúvida é por isso que meu volume está cheio de anotações nos trechos em que Manguel fala da origem de algumas palavras.
Mas mais do que referência recorrente, O livro e os dias é, a exemplo de Auto-engano e outros livros de Eduardo Giannetti, uma pequena mina de epígrafes - de Manguel e de outros. Como essa, que ele cita do Kim, de Rudyard Kipling: "Desencadeaste um Feito sobre o mundo e, como uma pedra atirada numa poça, as conseqüências assim espalhadas não és capaz de medir." Ou essa, na voz de Sherlock Holmes: "Quando você elimina o impossível, aquilo que sobra, mesmo que improvável, deve ser a verdade." Meu volume está todo anotado, com marcações de "epígrafe", "idéia", "por quê?" e outros comentários. É assim que um livro deve ser.
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