Jonathan Lee (Prestel, 2006)
Todo mundo tem o sonho secreto de um dia largar tudo, ir pra algum lugar mágico e lá, somente lá, dedicar-se à verdadeira vocação de sua vida: pintar, cozinhar, apenas ler, meditar, abrir um antiquário, qualquer coisa. Eu adoraria me retirar pra escrever, em Ilhabela, em Diamantina, numa casa em meio a um bosque perto de Maldonado, no Uruguai. Jonathan Lee reuniu 50 histórias parecidas com esse desejo de cada um. A diferença é que nem sempre ele mostra o lugar para onde um artista - pintor, escultor, fotógrafo, escritor, músico - fugiu. Mostra também os lugares onde eles se inspiraram.
Estão lá a Inglaterra de sir Arthur Conan Doyle, a África de Joseph Conrad, a Itália de Da Vinci, a França de Robert Capa, os Estados Unidos de Pollock, o Nepal de Aleister Crowley, um picareta ligado ao ocultismo e muito admirado por Paulo Coelho. A mim, o que encanta são os lugares de epifania, o ambiente que despertou neste ou naquele artista a habilidade de criar. Mas sem talento, ainda que para a picaretagem, nem uma casinha no meio do bosque de Maldonado pode ajudar.
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