Cozinha confidencial
Anthony Bourdain (Companhia das Letras, 2001)
O mundo da gastronomia perdeu muito de seu glamour quando o chef americano Anthony Bourdain resolveu contar, de verdade, como é que funciona um restaurante - no caso, o Les Halles, em Nova York, o bistrô onde ele trabalha (ou pelo menos trabalhava antes de virar chef-celebridade e começar a rodar o mundo atrás de receitas e ingredientes inusitados, matéria-prima para novos livros e para um programa de televisão). Cozinha confidencial, portanto, não tem nenhuma receita apetitosa. E pode até fazer os estômagos muito sensíveis perderem a vontade de sair para jantar.
É que na cozinha de Bourdain - e de boa parte dos restaurantes, segundo ele - não faltam junkies, ferimentos, imigrantes ilegais, erros, uma sujeira aqui e ali, trapaceiros, palavras do mais baixo calão. Parece, e é, assustador. Bourdain conta sua história sem esconder que não é um grande chef. E entrega vários truques que nem a clientela mais fiel consegue identificar. Pedir um bife bem passado, por exemplo, é a deixa para receber a pior parte da carne. E peixes, às segundas-feiras, nem pensar: nesse dia o mercado profissional não abre e vão te servir um produto da véspera, ou congelado. A regra vale também para São Paulo. E principalmente para peixe cru.
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Um comentário:
Hahahaha ainda bem que não li esse livro, porque já fui ao Le Halles. E como diz o velho deitado: O que os olhos não ve, o coração não sente :)
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