Oliver Sacks (Companhia das Letras, 1996)
Uma vez eu fui à oftalmologista porque estava vendo umas bolinhas pretas que começavam no canto inferior esquerdo do meu raio de visão e iam subindo numa diagonal meio circular até desaparecerem um pouco acima do meu nariz. A médica olhou, olhou, fez mil exames e não descobriu nada de errado com os meus olhos (ainda bem; tenho pânico de que aconteça alguma coisa com os meus olhos).
Ano passado, ao ler esse Oliver Sacks, descobri que eu não estava ficando louca, apesar do olhar desconfiado da médica: quem sofre de enxaqueca, como eu, realmente pode detectar alguns objetos não identificados em seu campo de visão - e não é preciso estar com a cabeça estourando de dor para isso. De uma maneira meio mórbida, é reconfortante ler sobre o mal que me aflige. Sei que não sou a única. E, como disse Oliver Sacks, para meu espanto e desânimo, o bom da enxaqueca é que ela não mata. O ruim é que não tem cura.
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