O carrasco do amor
Irvin D. Yalom (Ediouro, 2007)
Tenho sentimentos contraditórios por Irvin D. Yalom, autor também de Quando Nietzsche chorou. Não sei se gosto do que ele escreve ou se, no fundo, não fica em mim aquele gostinho de "a quem ele está tentando impressionar?", ou de "será que ao tentar popularizar o processo terapêutico ele não está também tentando transformá-lo numa forma pseudo-intelectual da auto-ajuda mais rasa?".
Comecei a ler este seu livro recém-publicado porque vi que nele Yalom reunia o relato de dez casos terapêuticos, e tenho grande interesse pelo assunto. Claro que em 280 páginas não dá pra ser muito profundo em nenhum deles, embora um ou outro caso sejam mais bem explorados. Mas talvez tivesse sido melhor deixar de lado alguns relatos para se dedicar mais aos que causam real interesse: o de Thelma (e seu amor irracional, o mais bem resolvido do livro), o de Marge (e sua dupla personalidade), o de Marvin (e sua impotência, que, vá lá, também mostra um desfecho satisfatório). Durante toda a leitura, porém, não consegui evitar uma certa antipatia que ... Nietzsche já havia provocado. Por exemplo: em O carrasco do amor, Yalom gasta linhas preciosas para falar de seu próprio tédio ou indiferença em relação a alguns pacientes - creio até que pela maioria deles. No fim, fiquei sem saber pra quem o livro foi escrito, pois não consigo encontrar nele a verdade de quem escreve apenas para si e muito menos o relato enriquecedor de casos clínicos; nesse ponto, acho que pouca gente consegue bater os excelentes livros de Oliver Sacks.
domingo, 25 de novembro de 2007
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