Bellini e os espíritos
Tony Bellotto (Companhia das Letras, 2005)
É o terceiro e, até agora, o melhor livro da trilogia escrita por Tony Bellotto e protagonizada pelo detetive Remo Bellini - os outros dois são Bellini e o demônio (uma bela surpresa) e Bellini e a esfinge (não tão bem resolvido quanto o primeiro). Mulherengo, esperto, solitário, problemático, Bellini é herdeiro de vários outros detetives da ficção, como o Mandrake de Rubem Fonseca e o Sam Spade de Dashiell Hammett. Trabalha para a agência de Dora Lobo, no centro de São Paulo, e, nessa história, precisa descobrir quem matou um advogado durante a corrida de São Silvestre.
A partir daí, a trama vai dar na máfia chinesa e em um centro espírita, sempre pontuada por lugares e situações de São Paulo. Não seria exagero dizer que a cidade exerce um papel importante na história - ao citar a avenida Paulista, a última frase do livro dá a precisa dimensão do sofrimento reprimido de Bellini. É muito bacana ver que um escritor bom e relativamente novo, como Tony Bellotto, consegue juntar as emoções da história policial a personagens construídos com densidade. Não li Os insones, seu livro mais recente, mas fico torcendo para que ele resolva retomar logo as aventuras de Bellini.
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