quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O professor e o demente

O professor e o demente
Simon Winchester (Record, 1999)

Ninguém nunca pára pra pensar no trabalhão que dá escrever um dicionário - que dirá o Oxford English Dictionary, a maior referência do idioma inglês no mundo, inicialmente publicado em 10 volumes depois de 70 anos de trabalho rigoroso. É basicamente essa história que Winchester conta em O professor e o demente - de onde surgiu a idéia para a primeira grande compilação de termos da língua inglesa, quem foram os homens que levaram o projeto à frente, em que obras se basearam, quais foram seus "antepassados". Parece chato e árduo; não é. Quem gosta de palavras vai adorar conhecer o método adotado pelo OED para começar a existir e seu criativo sistema de colaboradores voluntários. Acima de tudo, vai se surpreender com as duas figuras principais do livro, o professor (James Murray, o editor mais importante do OED) e o demente (William Chester Minor, médico do Exército americano, assassino confesso e interno de um sanatório judicial, um dos mais valiosos colaboradores do OED durante vinte anos).

Em memória a James Murray e William Minor, porém, a edição brasileira do livro poderia ter sido mais cuidadosa. Há inúmeros casos de parênteses e travessões deslocados, citações que começam e não terminam com aspas, erros crassos de pontuação. O projeto gráfico também não é dos melhores, mas isso acaba sendo o menor dos defeitos diante de tanto descaso com a preparação do texto. Pena. Obras sobre o Oxford English Dictionary merecem consideração e respeito minimamente compatíveis com sua importância para as letras em todo o mundo.

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