O vulto das torres
Lawrence Wright (Companhia das Letras, 2007)
Sensacional trabalho de reportagem do jornalista Lawrence Wright, que não por acaso ganhou o prêmio Pulitzer com essa obra. Ao contrário do que a capa dá a entender, o livro não trata apenas do caminho que a Al-Qaeda levou até o 11 de setembro. A história do fundamentalismo islâmico começa muito antes, antes mesmo de Osama Bin Laden aparecer no mapa. Wright retorna no tempo até 1948, quando um certo Sayyid Qutb vai estudar nos Estados Unidos e, de volta ao Egito, em 1950, começa a pregar o radicalismo e transforma-se num dos primeiros mártires do movimento.
O livro mostra como, depois de Qutb, surgiu o radicalismo islâmico mais violento. Como a família Bin Laden virou multimilionária trabalhando em empreiteiras na Arábia Saudita. Como Osama Bin Laden conheceu e se aliou a seu braço direito, Ayman al-Zawahiri, para muitos o verdadeiro cérebro da Al-Qaeda. Com os primeiros ataques do grupo terrorista a bases americanas na África, Wright começa a traçar um paralelo entre as investidas de Bin Laden e o agente do FBI John O'Neill, um bon vivant obcecado em encontrar e prender o homem que as agências de segurança começavam a apontar como um grande perigo para o mundo ocidental. O fim da história, todos conhecemos: os ataques bem-sucedidos do 11 de setembro, a invasão desastrosa do Afeganistão, a busca infrutífera pelo terrorista. Mas Wright vai além ao deixar no leitor - a partir de fatos confirmados e informações verídicas - a impressão de que CIA e FBI poderiam ter evitado a tragédia se não fossem tão cabeçudamente orgulhosos e, de certa maneira, inimigos.
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