sábado, 10 de novembro de 2007

O segredo

O segredo
Rhonda Byrne (Ediouro, 2007)

E já que se trata de auto-ajuda, eis o maior fenômeno do gênero em 2007. Primeiro é preciso confessar que li O segredo só até a metade (azar, parei antes da parte sobre ficar milionário). Depois, admitir que esses primeiros capítulos me fizeram bem na época em que foram lidos. Claro que é raso. Claro que o "segredo universal" conhecido por Platão, Da Vinci, Beethoven, etc etc etc - ou seja, a força do pensamento positivo - não passa de patacoada. Apropriar-se de elementos da física quântica, um termo que impõe respeito, parece ser a grande sacada da auto-ajuda atual. Tem gente que cai. Tem gente que eu respeito e cai. E nem vamos falar de méritos literários.

Mas então por que os primeiros capítulos do livro me fizeram bem quando eu os li? Acho que é porque eu estava desesperada. Acho que é porque eu passava por uma fase em que nada conseguia me livrar de pensamentos horrorosos, de muita dor. E por um tempo - sei lá quanto, duas semanas - eu me forçava a trocar de idéia sempre que o desespero aparecia. Pensar em outra coisa sempre que a dor voltava. Não deu certo, é óbvio. Mas o livro me deixa com sentimentos ambíguos. Ao mesmo tempo em que eu acharia ótimo se alguém realmente progredisse lendo essas coisas, tenho raiva de obras pseudo-intelectuais que desviam ainda mais a inteligência humana da racionalidade. Física quântica? Ah, tá.

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