Dicionário de lugares imaginários
Alberto Manguel e Gianni Guadalupi (Companhia das Letras, 2003)
Agrada saber que tenho essa obra na estante; quando passo os olhos por todos os volumes enfileirados na minha prateleira de "livros sobre livros", esse é um dos que mais causa prazer. Talvez pela excelente idéia desenvolvida pelos autores, a de compilar em verbetes as cidades, planetas, mundos, ruas, edifícios e outros lugares que, mesmo sem existir de verdade, são tão importantes para algumas obras literárias que, às vezes, merecem até mapas detalhados de sua geografia.
Mas quando tiro o livro da estante para ler, ao acaso, algum dos verbetes, vem uma inevitável frustração. Não só pelo fato da maioria dos lugares imaginários pertencer a obras desconhecidas, sem tradução para o português - mas principalmente porque os textos foram escritos de uma maneira enciclopédica demais, sem charme, de um jeito que às vezes causa mais desconfiança do que curiosidade pelo lugar retratado. A edição brasileira incluiu alguns locais famosos de nossa literatura, como o Sítio do Picapau Amarelo, Antares e o ateneu de Raul Pompéia. Só não entendo o critério de seleção, que privilegiou, por exemplo, a Ilha do Pavão, citada em um dos romances menores de João Ubaldo Ribeiro, e deixou de fora Santa Fé, cidade que é quase protagonista de O tempo e o vento, ao lado da família Terra Cambará.
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