sábado, 21 de junho de 2008

Uma rua como aquela

Uma rua como aquela
Lucília Junqueira de Almeida Prado (Planeta do Brasil, 2003)

Outro dia li no jornal que Lucília Junqueira de Almeida Prado estava lançando um novo livro. Fiquei surpresa: numa ignorância vergonhosa a respeito das escritoras que marcaram minha infância, eu nem sabia que ela ainda estava viva. Pois está, e aos 84 anos editou um romance autobiográfico, Sob as asas da aurora (Scortecci/Conquista). (E Teresa Noronha, Isa Silveira Leal, Giselda Laporta Nicolelis, Stella Carr, Maria José Dupré, o que terá acontecido com elas? O principal nome masculino da lista, Ganymedes José, eu sei que morreu precocemente.)

Sobre esses livros dos anos 70 e começo dos 80, não é exagero dizer que, durante a leitura, eu me mudava para dentro deles. Foi o que aconteceu com Uma rua como aquela, que me transportou para uma rua sem saída, travessa da avenida Brasil, em São Paulo, e que me fazia imaginar diálogos com o Reinaldo, o Alexandre, a Fátima, a dona Iaiá do piano, o Planador, o Carlão, a Lavínia - caramba, eu queria ser a Lavínia! (E acho que foi ela quem me ensinou a enfrentar a série de amores platônicos que eu viveria durante a adolescência.) Ainda tenho meu exemplar desse clássico particular, e o releio sempre que posso, ao menos uma parte ou outra. Conheço as histórias de trás pra frente e não deixo nunca de me emocionar com elas, a carta de Alexandre que Lavínia lê para a garotada no dia em que a Apolo 11 pousa na Lua, a molecada levando de volta o piano de dona Iaiá, a fala decisiva do Avarento no fim do livro. Acho que é disso que os livros inesquecíveis são feitos: boas histórias e excelentes lembranças.

6 comentários:

Anônimo disse...

sim eu li e é um otimo livro mais a luciana se superou uma livro aos 84 anos!!!

Unknown disse...

Eu acordei lembrando de Uma rua... e estive aqui na net para procurar por Lucília Junqueira. Que saudade. Já mandei cartas para ela, já tive respostas nos anos 80. Fiquei com medo de mandar carta novamente e ela ja ter falecido. Mas não, ela está viva. Também lí muito Ganymedes José e vários livros da coleção vagalume.

Tami Bogéa disse...

Como o Renivaldo, eu também me correspondi com a Lucíia na década de 70-80. Tinha 12-13 anos e adorei A Rua... A paixão pela leitura, que cresceu com a leitura deste clássico da literatura infanto-juvenil brasileira, ainda tenho e felizmente consegui transmití-la para minhas duas filhas. Bom saber que Lucília, aos 84 anos, continua escrevendo: que ela o faça ainda por muitos e muitos anos!

Simone mateus anacleto disse...

Nos anos 90 por indicaçao de uma professora de portugues li uma Rua como aquela,foi algo que me marcou profudamente! Comecei a me corresponder com a autora ' ganhei ate um livro autografado Afinal a felicidade. Depois disso li muitos outros livros da mesma autora!. As boas lembranças nos levamos para sempre! (Simone Anacleto)

Denieli Alves disse...

Eu li esse livro. Ganhei da minha tia por volta dos dez anos. Foi meu primeiro livro. O nome da minha filha é Lavínia e ela também leu. Muito marcante essa história.

Denieli Alves disse...

Nossa! Que legal saber que tanta gente leu esse livro! Foi o primeiro que eu li. Ganhei de uma tia muito querida. Minha filha leu também e foi uma experiência muito agradável, depois de tanto tempo poder "voltar" pra aquela rua, e agora, acompanhada. Eu tinha esquecido que no livro havia uma personagem com o mesmo nome da minha filha: Lavínia.