Marcelo Rubens Paiva (Objetiva, 2006)
Assim como quase todo adolescente na década de 80, li Feliz ano velho ali pelos 15, 16 anos. Bacana. Revoltado. Marcelo Rubens Paiva conta sua história de um jeito quase brutal - o garoto classe média que viu o pai sumir durante a ditadura para nunca mais aparecer, aproveitou sexo e drogas à vontade durante os anos de estudante na Unicamp e acabou tetraplégico depois de um acidente imbecil, ao mergulhar de cabeça num lago raso.
Não sei como o classificam críticos e teóricos da literatura, mas pra mim Feliz ano velho passa longe do chamado romance (autobiográfico) de formação, como o O encontro marcado de Fernando Sabino. E, assim como O encontro marcado, ficou datado demais. Apesar de não folhear o livro faz um bom tempo, não acredito que hoje suas descrições de sexo e do consumo de drogas, do hospital e dos tratamentos, causassem o mesmo impacto que causaram nos obscuros anos 80. Ainda assim, foi a melhor coisa que Marcelo Rubens Paiva escreveu até hoje - o livro seguinte, Blecaute, fez com que eu desistisse de toda a obra de ficção do autor.
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