domingo, 23 de dezembro de 2007

Viaje na viagem

Viaje na viagem
Ricardo Freire (Mandarim, 2000)

Se alguém me pergunta que livro eu gostaria de ter escrito, eu respondo logo dois: Histórias de cronópios e de famas ou Reinações de Narizinho. Mentira. Eu queria mesmo era ter escrito Viaje na viagem, o sensacional e infelizmente esgotado primeiro livro de Ricardo Freire. Ex-publicitário ("não é assim uma Brastemp" te diz alguma coisa?), viajante profissional e atual blogueiro, Riq escreveu o guia de todos os guias sem dar nenhuma informação básica pro turista - onde ficar, onde comer, o que ver, etc.

Como indica o bem humorado subtítulo, trata-se, sim, de um livro de auto-ajuda para turistas. Com a experiência de quem já rodou o mundo e esteve até na Cochinchina, Freire orienta os leitores sobre que tipo de viagem combina mais com cada perfil, dá sugestões de itinerários malucos e/ou de sonho, publica um glossário de destinos e ensina como pesquisar tudo pela internet - com a ressalva de que, como o livro é de 1998, as dicas estão quase dez anos atrasadas; mesmo assim, são um excelente ponto de partida. Para acompanhar os posts do blogueiro, acesse viajeaqui.com.br.

O buraco da agulha

O buraco da agulha
Ken Follett (Best Seller, 2007)
A pior coisa que pode acontecer a quem começa a ler um thriller é ficar sabendo sem querer como a história se resolve. E no caso de O buraco da agulha, um suspense editado na louvável coleção BestBolso (livros com preços bem mais baixos, lançada pela Best Seller), o vilão é... a própria editora: a quarta capa do livro entrega não só um importante relacionamento que surge no decorrer da trama como a fundamental perspicácia de um certo personagem. Basta ler pra adivinhar o final.

Não leia, pois, a quarta capa, se quiser acompanhar esse suspense bacaninha. Com falhas na trama e algumas situações muito inverossímeis, O buraco da agulha perde feio dos clássicos do gênero - até para Agatha Christie -, mas consegue prender a atenção do leitor ao contar a história de um espião alemão infiltrado na Inglaterra durante a Segunda Guerra. Para revelar um enorme segredo que os Aliados escondem de seu país, ele não hesita em matar, roubar e mentir.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Se um viajante numa noite de inverno

Se um viajante numa noite de inverno
Italo Calvino (Companhia das Letras, 1999)

Eu nunca li André Breton, Paul Éluard ou Prévert, e não tenho idéia de como seja um texto surrealista "original". Pra mim, o gênero tem este nome: Se um viajante numa noite de inverno. Foi meu primeiro e torturante Calvino, que vai envolvendo Você, Leitor, numa trama absurda e interminável - sim, trata-se de um livro interminado. Ou melhor: de vários, já que nenhuma história continua onde parou no capítulo anterior. Parece complicado? É fascinante.

Você, Leitor, compra o livro Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino, e lê animado o primeiro capítulo. Quando vira a página para continuar a história, porém, encontra um problema de impressão que impede o prosseguimento da leitura. Então Você, Leitor, volta à livraria e troca o exemplar, mas aí percebe que levou para casa uma outra história, também interessante. Só que, no segundo capítulo, a encadernação está truncada. E volta à livraria... e volta à história... e aí aparece a Leitora... e assim vai.

Memórias de Aldenham House

Memórias de Aldenham House
Antonio Callado (Nova Fronteira, 1989)

Em 1989, eu estava no segundo ano da faculdade e uma professora de que não me esqueço, Eliane Robert Moraes (a única que me deixou saudades da Puc), pediu para a classe ler e comentar alguns livros. Eu escolhi Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, minha estréia no Rubem Fonseca, e meu namoradinho da época ficou com Memórias de Aldenham House. Quando, depois do trabalho da faculdade, trocamos os livros, eu não consegui acompanhar a empolgação dele neste Antonio Callado. Lembro de achá-lo cansativo, num tom meio deprimente, e não consigo me recordar de quase nada da trama.

O básico, portanto: nos anos 40, vários latino-americanos encontram-se na Inglaterra ao trabalhar no serviço de rádio da BBC. Dá pra ver que a história não me marcou, a não ser por um e significativo detalhe: um dos personagens trabalha na tradução, para o espanhol, do Finnegan's wake de James Joyce (talvez mais ilegível e intraduzível que seu Ulisses). E traduz, brilhantemente, a "semana do terror" que aparece no livro do irlandês.

"All moanday, tearsday, wailsday, thumpsday, frightday, shatterday till the fear of the Law."

"No más que lunamento, lagrimartes
Mierconieve, juevorror
Inviernes, sabadolor
Hasta el terror de la Ley."

Perfeito.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A sombra de Allan Poe

A sombra de Allan Poe
Matthew Pearl (Ediouro, 2007)

Gostei tanto do primeiro livro de Matthew Pearl, O clube Dante, que não via a hora de ler esse segundo, que dessa vez envolve um advogado americano num possível mistério sobre a morte do escritor Edgar Allan Poe. As primeiras páginas, chatíssimas. "É só o começo", pensei, "depois engrena". Que nada. Mais de 100 páginas depois - a versão paperback que eu li tinha 430 -, o tédio continuava. Pior: os personagens eram pífios. A começar pelo jovem advogado que vai atrás de saber a verdade sobre a morte de Poe: ora aparece como um perfeito idiota, ora como um idiota só ingênuo.

Sem falar na trama rocambolesca e totalmente sem sentido, forçadíssima, que se arrasta pelas mais de 400 páginas sem empolgar em nenhum momento. Sei lá o que houve, mas Matthew Pearl perdeu completamente a mão nesse seu segundo romance. Eu insisti na esperança de encontrar, lá pela metade - no final, que fosse -, um pouco da emoção literária que ele conseguiu em O clube Dante. Que nada. Melhor ler Edgar Allan Poe.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O diário de Anne Frank

O diário de Anne Frank
Anne Frank (Record, 2003)

Não sei o que é melhor (ou bem pior): ler o livro e depois visitar a casa de Anne Frank, em Amsterdã, ou ler o livro e nunca pisar lá. É que passar pelos cubículos que a família de Anne dividia, num sótão minúsculo, encontrar a água-furtada que ela tanto citou, ver a estante estreita que escondia a fenda na parede e levava ao "apartamento", tudo isso ajuda a compreender melhor a vida da menina naquele desgraçado tempo nazista. Ao mesmo tempo, conhecer a casa dá uma angústia quase palpável, ainda que não tenha restado nenhum móvel pra contar história - talvez o mais impressionante seja exatamente isso, o vazio dando conta do desespero.

O diário de Anne Frank é leitura obrigatória e deprimente. Fugidos da sanha nazista contra os judeus, Anne, seus pais e a irmã acabam escondidos no Anexo Secreto de uma casa em Amsterdã, dividindo o espaço com mais quatro pessoas. Durante os mais de dois anos que passaram ali, o diário torna-se seu único companheiro. É particularmente aflitiva a descrição que ela faz da maneira que usavam para ir ao banheiro - nenhum barulho poderia ser ouvido na casa, abaixo, onde funcionava um escritório. A torcida é grande durante todo o livro para que a garota sobreviva à guerra, mas o final é bem triste: Anne morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945, depois do esconderijo ter sido descoberto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A fantástica fábrica de chocolate

A fantástica fábrica de chocolate
Roald Dahl (Martins Fontes, 2000)

Mais um da série leia o livro, veja o filme e ouça o disco - eu fiz as três coisas, e devo ter assistido à primeira versão de A fantástica fábrica de chocolate na telinha umas quinze vezes. É, sem brincadeira. A segunda versão assisti só uma vez, e não gostei muito porque a) o Johnny Depp é muito bacana, mas sr. Wonka mesmo é o Gene Wilder; b) não tem musiquinha de Oompa Loompa; c) não dá medinho quando Charlie e o avô tomam uma gororoba proibida e começam a levitar em direção a uma hélice bem afiada.

Em compensação, o segundo filme é mais fiel ao livro em alguns detalhes - ao contar a história do pai do sr. Wonka, um dentista bizarro, e ao fazer Veruca Salt dar seu piti em meio a esquilos que separam nozes podres das nozes boas (no filme original, Veruca estressava com uns gansos que botavam ovos de ouro). Ok, este é um blog de afetividades literárias, mas entre ler o livro, ver o filme e ouvir o disco, eu fico com "ver o filme", a versão de 1971. E ainda dá pra cantar junto com os Oompa Loompa quando o Augustus Gloop cai no rio de chocolate:

Oompa oompa loompa dee doo
I've got a perfect puzzle for you
Oompa oompa loompa doo dee
If you are wise you'll listen to me

What do you get when you guzzle down sweets?
Eating as much as an elephant eats
What are you at getting terrible fat?
What do you think will come of that?
I don't like the look of it

Oompa oompa loompa dee doo...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O chalaça

O chalaça
José Roberto Torero (Objetiva, 1999)

De um tempo pra cá isso tornou-se comum - Jô Soares deitou e rolou e até Ruy Castro embarcou no gênero -, mas O chalaça foi meio que pioneiro (saiu em 1994) entre os romances que misturam fatos e personagens reais a situações imaginárias. Neste caso, Dom Pedro I, a Marquesa de Santos e gente como Francisco Gomes da Silva, o chalaça do título, uma figura que existiu de verdade como conselheiro do Império e serviu como espécie de faz-tudo de Dom Pedro. Diz-se que cabia a ele, por exemplo, intermediar os encontros amorosos do imperador com a mulherada.

José Roberto Torero acertou a mão ao escrever um livro narrado em primeira pessoa pelo próprio chalaça, que numa espécie de diário conta histórias dos bastidores do poder, fala da vida amorosa do imperador e ainda encontra tempo para hilariantes tiradas filosóficas - como a teoria de que o fluxo do sangue durante o sexo influencia o comportamento masculino. Divertidíssimo. E, sabe-se lá se por alguma qualidade também histórica, entrou até para a lista de leituras obrigatórias de alguns vestibulares.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Minhas histórias dos outros

Minhas histórias dos outros
Zuenir Ventura (Planeta do Brasil, 2005)

É o tipo de livro que você termina e fica com vontade de mandar um email pro autor pedindo "conta mais?" Eu já gostava do Zuenir Ventura desde 1968 - O ano que não terminou, e virei fã de vez ao ler as crônicas que ele escrevia para o nomínimo.com, que os céus o guardem. O título deste livro, aliás, se não me engano saiu de uma enquete informal que o próprio Zuenir promoveu e contou em uma de suas crônicas no site; trata-se de uma paródia ao Minhas memórias dos outros, do hoje desconhecido Rodrigo Octávio.

É, também, um caso incomum de livro de entrega direitinho o que vende no título: pra não escrever suas memórias comme il faut, Zuenir Ventura resolve contar passagens importantes - ou divertidíssimas - de sua vida com os outros, os amigos, a família, os colegas de profissão. Um dos textos mais surpreendentes dá conta da morte de Pedro Nava e da decisão generalizada da imprensa em esconder os detalhes do suicídio e a homossexualidade do escritor em seu obituário. Outro emociona ao tratar a história até então desconhecida de como Zuenir e sua família abrigaram um garoto que foi testemunha no assassinato de Chico Mendes. Zuenir, conta mais?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O gênio do crime

O gênio do crime
João Carlos Marinho (Global Editora, 2005)

É o maior clássico da minha infância/adolescência, e um livro que eu não me canso de ler até hoje: conserva a graça e humor mesmo para quem já o leu 500 vezes, decorou a história de trás pra frente e sabe o que acontece no final. Imagino que seja ainda mais bacana pra quem conhece direito São Paulo, quase uma personagem da história. As improváveis aventuras do Gordo, Pituca e Edmundo não seriam as mesmas não fosse o método de seguir ao contrário desenvolvido pelo Gordo e colocado em prática no centro da cidade, ou o acampamento dos três garotos às margens do rio Tietê - vai ver que isso ainda era possível nos anos 70, quando o livro foi escrito; aliás, a história inteira só existe porque se passa num tempo tão distante da nossa realidade que mais parece ficção, um tempo em que as crianças ainda andavam sozinhas por aí e a liberdade era inversamente proporcional à violência.

Quando uma quadrilha de pilantras começa a falsificar as figurinhas de um álbum de futebol, seu Tomé pede a ajuda de Edmundo, Pituca e Bolacha, o Gordo, para encontrar os bandidos. E os três topam a parada, mesmo que para isso seja preciso mentir, arriscar a pele e até acampar às margens do Tietê. Impossível dizer qual é a melhor parte do livro: tudo é tão bem entrosadinho que uma trama não tem graça sem a outra e um resumo simplezinho acaba ficando chocho. O bom é ler e dar risada com a inteligência do Gordo, com o sotaque impagável de Mr. John Smith Peter Tony, o "detetive invicto", com os planos mirabolantes do anão. Contar mais nem é tirar a graça da história: é querer competir inutilmente com ela.

Atualização - Muita gente chega ao blog procurando por "resumo de O gênio do crime" no Google. Ok, todo mundo tem o direito de ser preguiçoso. Se você é um deles, porém, que pena: não sabe o que está perdendo por não ler esse livro.

domingo, 2 de dezembro de 2007

O nome da rosa

O nome da rosa
Umberto Eco (Nova Fronteira, 1983)

O próprio Umberto Eco, em seu Pós-escrito a O nome da rosa, disse que as primeiras 100 páginas do romance são uma espécie de teste de paciência. Só quem consegue atravessá-las merece ler o livro todo. Faltou avisar que muito mais páginas podem ser chatas, e que quem chega a O nome da rosa querendo uma história policial, como o filme dá a entender que seja, vai cair do cavalo. Sim, a identidade do monge que começa a matar seus colegas permanece desconhecida até quase o final da trama. Mas o verdadeiro mote do livro são as questões filosóficas e teológicas do protagonista, Guilherme de Baskerville (e depois do filme não dá mais pra imaginá-lo com outro rosto que não o do Sean Connery).

Li O nome da rosa duas vezes, no final da adolescência. Na primeira, não entendi nada. Na segunda, até fiz o desenho do labirinto da biblioteca para melhor acompanhar a história (não sei se foi útil). Continuo, até hoje, ignorante a respeito das questões filosóficas e teológicas de Guilherme de Baskerville. Lembro da aflição que senti ao ler sobre o fogo na biblioteca, a tristeza por imaginar a perda de tantas obras. Lembro do assassino e de seu motivo torpe para destruir os livros. Gosto da idéia de um narrador que ouviu a história de um terceiro, que a leu no manuscrito de outro alguém. Mas o que eu guardo do livro, até hoje, é uma frase dita por Guilherme de Baskerville quando seu assistente, Adso de Melk, pergunta o que lhe incomoda mais na pureza. "A pressa", responde Guilherme.

O misterioso sr. Quin

O misterioso sr. Quin
Agatha Christie (L&PM Editores, 2006)

Até hoje, de tempos em tempos eu releio este livro, tentando entender que tipo de estranho fascínio ele exerce sobre mim. Não é excepcionalmente bem-escrito (melhor dizendo, bem-traduzido, já que nunca o li no original), não tem uma trama surpreendente (ao contrário, é composto de várias pequenas histórias, todas superficiais) nem personagens cativantes (o próprio sr. Quin do título, apesar de fundamental para o desfecho de cada problema, não é explorado da maneira como merecia). Mas sempre o pego com prazer, e o leio não como da primeira vez, procurando ficar mais atenta para quem sabe descobrir o que tanto me atrai.

Escrevendo, agora, sobre o livro, me ocorreu a resposta. O misterioso sr. Quin reúne uma coleção de personagens perturbados como poucas vezes já se viu - e isso é fascinante. Pelo menos dois ele afasta do suicídio. Outros tantos ele livra de traumas do passado. E ainda que não haja em ninguém nenhuma profundidade psicológica (se é que Agatha Christie já conseguiu isso, foi apenas nas histórias de Miss Marple, e olhe lá), suas perturbações existenciais, físicas e mentais formam um conjunto característico e bastante revelador da essência humana.

Uma breve história de quase tudo

Uma breve história de quase tudo
Bill Bryson (Companhia das Letras, 2005)

Gente que escreve sobre ciência de maneira compreensível merece uma mesura. Não é fácil tratar de geologia, física, química e biologia - pra ficar apenas nas matérias que estudamos na escola - de um jeito atraente e interessante. Na maioria das vezes, ou fica didático e besta ou fica teórico e cabeça demais. Daí a vantagem de Bill Bryson não ser cientista, e sim um escritor e jornalista muito curioso.

Este seu livro surgiu de uma pergunta aparentemente prosaica: por que os oceanos são salgados? Para respondê-la, Bryson começou a pesquisar e ler sobre a origem do mundo, o universo, a vida e uma série de outros temas sobre os quais, para nossa sorte, ele tratou em uma linguagem que ficou no meio termo ideal entre o didático e o cabeça. Fala da idade da Terra e dos seres humanos, dá uma idéia da imensidão do universo (admito: foi só com este livro que eu pude ter noção da vastidão em que estamos imersos) e trata de geologia em termos curiosos (acho que só eu não sabia que o parque Yellowstone, nos Estados Unidos, fica em cima de um vulcão extinto). Deixa-se Uma breve história de quase tudo querendo saber muito mais sobre quase tudo. Pena que poucos consigam escrever a respeito de maneira tão agradável.

Um filme é para sempre

Um filme é para sempre
Ruy Castro (Companhia das Letras, 2006)

Ruy Castro não é apenas o melhor biógrafo que temos hoje no Brasil. É, também, o sujeito mais indicado para escrever sobre a música e o cinema de uma época que foi embora deixando muita saudade, mesmo em quem não a viveu - meu caso. Prova disso é esta coletânea de textos sobre cinema, quase toda voltada para os filmes dos anos 20 a 50 e para os artistas que neles trabalharam: Lana Turner, Frank Sinatra, Gene Kelly, Esther Williams, Clara Bow...

A graça do livro está na afinidade de Ruy Castro com o tema, visível em textos que tratam de detalhes e curiosidades dignas de aficcionado. Um deles conta a história de Max Factor, o maquiador e cabeleireiro que deu origem a uma bem-sucedida linha de cosméticos com seu nome (Factor foi esteticista da família real russa e teve de se maquiar pra fingir de doente e conseguir escapar à escravidão real). Em outros, o autor conta passagens da vida e da carreira de atores e diretores como Bette Davis, Orson Welles, Marlon Brando, Stanley Kubrick, Zsa Zsa Gabor. Ou bastidores de filmes que marcaram o cinema, a exemplo de A malvada, Cantando na chuva, 2001, Crepúsculo dos deuses. Duro é conter a vontade de sair correndo pra locadora de DVD assim que acaba cada texto do livro.