quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Memórias de Aldenham House

Memórias de Aldenham House
Antonio Callado (Nova Fronteira, 1989)

Em 1989, eu estava no segundo ano da faculdade e uma professora de que não me esqueço, Eliane Robert Moraes (a única que me deixou saudades da Puc), pediu para a classe ler e comentar alguns livros. Eu escolhi Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, minha estréia no Rubem Fonseca, e meu namoradinho da época ficou com Memórias de Aldenham House. Quando, depois do trabalho da faculdade, trocamos os livros, eu não consegui acompanhar a empolgação dele neste Antonio Callado. Lembro de achá-lo cansativo, num tom meio deprimente, e não consigo me recordar de quase nada da trama.

O básico, portanto: nos anos 40, vários latino-americanos encontram-se na Inglaterra ao trabalhar no serviço de rádio da BBC. Dá pra ver que a história não me marcou, a não ser por um e significativo detalhe: um dos personagens trabalha na tradução, para o espanhol, do Finnegan's wake de James Joyce (talvez mais ilegível e intraduzível que seu Ulisses). E traduz, brilhantemente, a "semana do terror" que aparece no livro do irlandês.

"All moanday, tearsday, wailsday, thumpsday, frightday, shatterday till the fear of the Law."

"No más que lunamento, lagrimartes
Mierconieve, juevorror
Inviernes, sabadolor
Hasta el terror de la Ley."

Perfeito.

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