O misterioso sr. Quin
Agatha Christie (L&PM Editores, 2006)
Até hoje, de tempos em tempos eu releio este livro, tentando entender que tipo de estranho fascínio ele exerce sobre mim. Não é excepcionalmente bem-escrito (melhor dizendo, bem-traduzido, já que nunca o li no original), não tem uma trama surpreendente (ao contrário, é composto de várias pequenas histórias, todas superficiais) nem personagens cativantes (o próprio sr. Quin do título, apesar de fundamental para o desfecho de cada problema, não é explorado da maneira como merecia). Mas sempre o pego com prazer, e o leio não como da primeira vez, procurando ficar mais atenta para quem sabe descobrir o que tanto me atrai.
Escrevendo, agora, sobre o livro, me ocorreu a resposta. O misterioso sr. Quin reúne uma coleção de personagens perturbados como poucas vezes já se viu - e isso é fascinante. Pelo menos dois ele afasta do suicídio. Outros tantos ele livra de traumas do passado. E ainda que não haja em ninguém nenhuma profundidade psicológica (se é que Agatha Christie já conseguiu isso, foi apenas nas histórias de Miss Marple, e olhe lá), suas perturbações existenciais, físicas e mentais formam um conjunto característico e bastante revelador da essência humana.
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