O diário de Anne Frank
Anne Frank (Record, 2003)
Não sei o que é melhor (ou bem pior): ler o livro e depois visitar a casa de Anne Frank, em Amsterdã, ou ler o livro e nunca pisar lá. É que passar pelos cubículos que a família de Anne dividia, num sótão minúsculo, encontrar a água-furtada que ela tanto citou, ver a estante estreita que escondia a fenda na parede e levava ao "apartamento", tudo isso ajuda a compreender melhor a vida da menina naquele desgraçado tempo nazista. Ao mesmo tempo, conhecer a casa dá uma angústia quase palpável, ainda que não tenha restado nenhum móvel pra contar história - talvez o mais impressionante seja exatamente isso, o vazio dando conta do desespero.
O diário de Anne Frank é leitura obrigatória e deprimente. Fugidos da sanha nazista contra os judeus, Anne, seus pais e a irmã acabam escondidos no Anexo Secreto de uma casa em Amsterdã, dividindo o espaço com mais quatro pessoas. Durante os mais de dois anos que passaram ali, o diário torna-se seu único companheiro. É particularmente aflitiva a descrição que ela faz da maneira que usavam para ir ao banheiro - nenhum barulho poderia ser ouvido na casa, abaixo, onde funcionava um escritório. A torcida é grande durante todo o livro para que a garota sobreviva à guerra, mas o final é bem triste: Anne morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945, depois do esconderijo ter sido descoberto.
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