O chalaça
José Roberto Torero (Objetiva, 1999)
De um tempo pra cá isso tornou-se comum - Jô Soares deitou e rolou e até Ruy Castro embarcou no gênero -, mas O chalaça foi meio que pioneiro (saiu em 1994) entre os romances que misturam fatos e personagens reais a situações imaginárias. Neste caso, Dom Pedro I, a Marquesa de Santos e gente como Francisco Gomes da Silva, o chalaça do título, uma figura que existiu de verdade como conselheiro do Império e serviu como espécie de faz-tudo de Dom Pedro. Diz-se que cabia a ele, por exemplo, intermediar os encontros amorosos do imperador com a mulherada.
José Roberto Torero acertou a mão ao escrever um livro narrado em primeira pessoa pelo próprio chalaça, que numa espécie de diário conta histórias dos bastidores do poder, fala da vida amorosa do imperador e ainda encontra tempo para hilariantes tiradas filosóficas - como a teoria de que o fluxo do sangue durante o sexo influencia o comportamento masculino. Divertidíssimo. E, sabe-se lá se por alguma qualidade também histórica, entrou até para a lista de leituras obrigatórias de alguns vestibulares.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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