domingo, 2 de dezembro de 2007

Um filme é para sempre

Um filme é para sempre
Ruy Castro (Companhia das Letras, 2006)

Ruy Castro não é apenas o melhor biógrafo que temos hoje no Brasil. É, também, o sujeito mais indicado para escrever sobre a música e o cinema de uma época que foi embora deixando muita saudade, mesmo em quem não a viveu - meu caso. Prova disso é esta coletânea de textos sobre cinema, quase toda voltada para os filmes dos anos 20 a 50 e para os artistas que neles trabalharam: Lana Turner, Frank Sinatra, Gene Kelly, Esther Williams, Clara Bow...

A graça do livro está na afinidade de Ruy Castro com o tema, visível em textos que tratam de detalhes e curiosidades dignas de aficcionado. Um deles conta a história de Max Factor, o maquiador e cabeleireiro que deu origem a uma bem-sucedida linha de cosméticos com seu nome (Factor foi esteticista da família real russa e teve de se maquiar pra fingir de doente e conseguir escapar à escravidão real). Em outros, o autor conta passagens da vida e da carreira de atores e diretores como Bette Davis, Orson Welles, Marlon Brando, Stanley Kubrick, Zsa Zsa Gabor. Ou bastidores de filmes que marcaram o cinema, a exemplo de A malvada, Cantando na chuva, 2001, Crepúsculo dos deuses. Duro é conter a vontade de sair correndo pra locadora de DVD assim que acaba cada texto do livro.

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