Odette de Barros Mott (Atual, 1989)
Das escritoras que marcaram a minha infância - Lúcia Machado de Almeida, Lucília Junqueira de Almeida Prado, Isa Silveira Leal -, Odette de Barros Mott foi talvez a que mais incomodou, porque seus livros tratavam de um jeito bem realista de problemas que nem sempre uma garota de 8 ou 9 anos quer saber que existem: crimes, pobreza, tráfico de drogas, meninos de rua.
O mistério do escudo de ouro (que aqui aparece com a capa original, lançada pela saudosíssima coleção Jovens do Mundo Todo, da Brasiliense) era exceção: uma história de detetives que começa com um elevador parado e vai dar em uma família de holandeses no Brasil e ao escudo do título. De Odette de Barros Mott eu guardo, há quase trinta anos, uma carta curtinha escrita em papel fininho e letra feia, em que ela aconselha a jovem leitora a escrever sem se preocupar com o fim da história. Acho que nunca entendi direito o recado dela. Nem quando, muitos anos depois, uma parte do legado da própria Odette seria responsável pelo final de uma história tão marcante em minha vida.
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