Hélio Pellegrino
Paulo Roberto Pires (Relume Dumará, 1998)
Foi paixão à primeira lida, e olha que o livro começa com o enterro de Hélio Pellegrino. Eu me emocionei com a cena. Fiquei triste por não ter conhecido HP. Eu me inquietei por não ser nascida em 1968 e ter perdido seu combate à ditadura (foi a ele que Zuenir Ventura dedicou seu 1968 - O ano que não terminou). E não é à toa que o subtítulo dessa minibiografia, editada na ótima coleção Perfis do Rio (que fim levou? Faz tempo que não vejo nada novo), seja "A paixão indignada" - Hélio Pellegrino era movido a paixão e a despertava em quem quer que estivesse por perto, para o bem ou para o mal.
De seus escritos, li pouco. Tenho um ou dois livros, que pego de vez em quando para folhear, sem nunca me ater completamente a eles talvez por medo do que possa encontrar. Creio que sua fala tenha sido mais proveitosa, como mostra a resposta que Hélio Pellegrino deu a Clarice Lispector numa entrevista para a revista Manchete, e que Paulo Roberto Pires transcreveu. É linda:
"Hélio, diga-me agora, qual é a coisa mais importante do mundo?"
"A coisa mais importante do mundo é a possibilidade de ser-com-o-outro, na calma, cálida e intensa mutalidade do amor. O Outro é o que importa, antes e acima de tudo. Por mediação dele, na medida em que o recebo em sua graça, conquisto para mim a graça de existir. É esta a fonte da verdadeira generosidade e do entusiasmo - Deus comigo. O amor genuíno ao Outro me leva à intuição do todo e me compele à luta pela justiça e pela transformação do mundo."
Hélio Pellegrino rules.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário