segunda-feira, 24 de novembro de 2008

In defense of food

In defense of food
Michael Pollan (The Penguin Press, 2008)
(Foto e link vão em português, mas eu li a edição americana do livro.)

Detesto quando isso acontece, mas às vezes é inevitável. Comecei a ler esse livro, um capítulo por dia, tentando prestar a maior atenção, interessada no assunto. Mas a leitura não pegou. Não que seja ruim; acho apenas que a época não está favorável. Muita coisa na cabeça, sono interrompido por sonhos bizarros, no dia seguinte eu não me lembrava mais do que tinha lido na noite anterior.

Michael Pollan começa falando do que chama de "nutricionismo", uma preocupação exagerada em relação não à comida de todo dia, mas aos nutrientes que ela contém - tudo muito conveniente para a indústria alimentícia, que "enriquece" seus produtos com vitaminas isso e aquilo, fósforo, cálcio, ferro, zinco, e assim faz com que o consumidor mané compre mais biscoitos e iogurtes modificados na crença de que são saudáveis. É uma teoria muito interessante, mas que ocupa as duas primeiras partes do livro e que, como eu disse acima, não me pegou.

Então eu me concedi a licença de pular direto para a terceira parte, em que Pollan sugere algumas regras para a boa alimentação, resumidas em três frases: "Eat food. Not too much. Mostly plants." É o melhor do livro, e na verdade não fala nada que leitores atentos de autores como Jamie Oliver, Patricia Wells e Alice Waters já não saibam. Como, por exemplo, a importância de consumir produtos sazonais e não processados, muito mais ricos em nutrientes - quem precisa de vitaminas e sais minerais adicionados artificialmente? O prazer de alimentar-se com calma, e de fazer refeições completas, e de usar a mesa de jantar. O truque de evitar os corredores centrais dos supermercados, cheios de enlatados, engarrafados e outros ados. E, duas das minhas preferidas, "não coma nada que sua bisavó não pudesse reconhecer como comida" e "você também é o que a sua comida come". Faz pensar.

2 comentários:

vera maria disse...

Muito bom, isabel, eu estou cada dia mais atenta ao que como, e tenho muita vontade de fazer um curso básico de nutrição para entender melhor o valor de cada alimento.
um beijo,
clara lopez

Isabel Pinheiro disse...

Clara, eu acho que você iria gostar desse livro (e que iria desistir do curso de nutrição...). Bom senso é sempre o principal, né? Um amigo meu, há anos, resumiu sem saber o que o Pollan diz: "tem que comer o que já foi vivo", seja bicho ou planta.

Há seis semanas eu estou no firme propósito de mudar minha alimentação. Cortei as bobeiras (biscoito, balas, doces), diminuí a quantidade de massas e passei a sentir mais prazer ao comer verduras e legumes (a maneira como o Pollan fala sobre isso é ótima). Emagreci um pouco, mas o principal é que estou me sentindo mais leve, mais bem-nutrida, tive menos enxaqueca e estou dormindo melhor. Será só coincidência?
Beijos, Isabel