Livro das perguntas
Pablo Neruda (CosacNaify, 2008)
"Pablo Neruda era muito feio. Tinha um nariz que se destacava bastante da cara, e por isso não tinha amigos. Para não se entediar, deu para escrever poemas, e escreveu tantos que encheu todos os papéis que tinha em sua casa." Assim começa a impagável definição de Miguel Ángel Mouriño, 9 anos, para o autor desse livro - são dele, e de outros garotos, as minibiografias dos artistas envolvidos no projeto. No posfácio, Herrín Hidalgo conta de uma edição chilena do Livro das perguntas com respostas de crianças para as indagações do poeta. Imagino que delícia deva ser.
Não dei muita bola quando o livro foi lançado, há alguns meses, pois conheço pouco tanto de Neruda quanto do tradutor, Ferreira Gullar. Foi uma bela surpresa. À poesia dos dois juntou-se o talento ilustrador de Isidro Ferrer, autor de divertidas colagens, várias com o rosto - e o narigão - de Neruda. O título das perguntas/poemas é apenas um numeral. Como a XXXVIII, que diz:
Não crês que a morte vive
dentro do sol de uma cereja?
Também não pode matar-te
um beijo da primavera?
Crês que o luto faz avançar
a bandeira de teu destino?
Vês na caveira tua estirpe
condenada a virar osso?
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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