sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ela é carioca

Ela é carioca
Ruy Castro (Companhia das Letras, 1999)

Eu amo o Rio de Janeiro - tanto o de hoje, ainda que com dengue e violência, quanto o do passado, seja o dos anos 40, 50, 60 ou 70. Vá lá, até o dos 80, década que eu ainda lembro como "ontem" mas que já é velha o suficiente para ser considerada "passado". E, para a sorte de gente como eu, Ruy Castro também ama o Rio de Janeiro. Suas melhores obras tratam da cidade ou de alguns de seus personagens mais emblemáticos, como Garrincha e Nelson Rodrigues. Outro título dessa leva: Carnaval no fogo (2003), uma crônica estendida que retrata o Rio desde o século XVI até hoje. E esse, um perfil de Ipanema feito à maneira dos dicionários, com verbetes sobre os lugares, personagens e instituições do bairro mais Zona Sul da Zona Sul carioca.

Só pra ficar em alguns temas, Ruy Castro conta como começou a Banda de Ipanema, fala da época em que ninguém ainda freqüentava o Arpoador, cita um punhado de bares que entraram para a história - foi no Veloso que, como quer a MPB, Tom Jobim e Vinicius de Moraes viram passar aquela menina a caminho do mar. A sucessão de figuras que o escritor tirou do baú é impagável: um mestre de capoeira, atores iniciantes, cantores, pescadores e o meu preferido, Roniquito de Chevalier, um sujeito que, se não tivesse existido, merecia ter sido inventado. Sua biografia, escrita pela irmã, Scarlet Moon, está na minha lista de leituras futuras, e graças ao livro de Ruy Castro.

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