quinta-feira, 10 de abril de 2008

The complete manual of things that might kill you

The complete manual of things that might kill you
Knock Knock Books (2007)

A loja americana moderninha onde encontrei esse livro, a capa cheia de sintomas e doenças radicais e o subtítulo direto - A guide to self-diagnosis for hypochondriacs - indicam que essa obra não passa de uma grande brincadeira com quem vive preocupado com a saúde. Mesmo assim, comprei correndo (fase de interesse médico, certo?), e adorei descobrir que, embora a obra seja, sim, uma brincadeira das mais divertidas, as doenças apresentadas diante de variados sintomas são muito reais, e aparecem em detalhes extremamente verdadeiros.

Logo no começo, um textinho sério e meio escondido avisa que o livro é uma paródia de manuais médicos. Ainda assim, as últimas pessoas para quem eu recomendaria essa leitura são os hipocondríacos, como sugere o subtítulo. (Quer saber se você é um hipocondríaco? Faça o teste da página 16.) Porque tudo o que o pessoal da editora Knock Knock fez foi tomar sintomas até que simples - tremores, mãos frias, dor no pé, músculos fracos - e dar a eles explicações das mais assustadoras. Você está com dor de cabeça? Vai ver que tem um tumor no cérebro, encefalite ou aids. Seu coração está batendo muito rápido? Pode ser beribéri, taquicardia supraventricular ou Síndrome de Wolff-Parkinson-White (don't ask). E cada doença ainda vem acompanhada de uma tabelinha que classifica, de 1 a 4, os riscos de contágio, os graus de dor e sofrimento e a possibilidade de levar à morte.

Alguém pode se perguntar o que faz uma pessoa gostar de livros como esses - e ainda escrever sobre eles. Eu gosto. Num ataque de filosofia muito barata, poderia dizer que conhecer a falibilidade do corpo humano nos deixa mais... humanos. Mas não é nada disso. Doenças são possibilidades. E eu gosto muito de possibilidades.

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