A promessa do livreiro
John Dunning (Companhia das Letras, 2005)
Tinha um tronco de árvore no meio do caminho, meu pensamento vagava alegremente, não prestei atenção na calçada, tropecei e caí. E então descobri que nada como um tombo que avaria seu joelho e te obriga a passar o dia na cama, com a perna estendida, pra terminar rápido de ler um livro que caminhava a uma média de três páginas por dia - não por desinteresse, mas por falta de tempo e excesso de sono.
Foi a Cláudia, no comentário sobre a biografia de Richard Burton, quem me falou desse livro, o terceiro de uma série protagonizada por Cliff Janeway, um ex-detetive transformado em livreiro. A certa altura de 1987, parece que tudo acontece ao mesmo tempo na vida de Janeway: ele ganha uma bolada em dinheiro, reencontra um escritor pedante e um juiz boa praça, fica interessado em uma jovem advogada, compra uma edição rara de Burton, recebe a visita de uma velha senhora e conhece um casal pobre e simpático. Daí pra frente, alguém morre de morte morrida, outro alguém morre de morte matada, Janeway viaja a Baltimore, bate de frente com uma turma de bandidos valentões, segue para Charleston e por fim descobre uma parte desconhecida da vida de Burton.
Não falta ação. Não faltam personagens interessantes. O trecho em que John Dunning recria uma parte da viagem de Richard Burton pelo sul dos Estados Unidos é bacana. Mas faltou amarrar tudo de um jeito mais convincente, resolver os conflitos de uma maneira mais plausível. Tudo bem, é ficção. Mas Dunning vai muito bem até certo trecho e, então, derrapa. Mesmo assim - e isso não é pouca coisa -, fiquei com vontade de ler os outros Cliff Janeway. Quem sabe algum deles me deixe mais satisfeita.
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