sábado, 13 de março de 2010

Xul Solar

Xul Solar
Vali Guidalevich (Albatros, 2009)

Dezembro, em Buenos Aires. Peregrinação por livrarias atrás de algum livro sobre Xul Solar - qualquer um, desde que não fosse a biografia bem ruim que eu, com muito esforço, já tinha lido. Cúspide, El Ateneo, Capítulo 2, Prometeo. E nada. Nem na loja da Fundação Pan Klub, onde fica o museu do artista (confesso que, ali, eu podia ter comprado um catálogo. Mas, com poucas exceções, achei o acervo bem fraco, e a moça que dublava de porteira, bilheteira e vendedora da loja era muito antipática). Até que um ser iluminado, na Yenny do Patio Bullrich, perguntou: "Pode ser infantil?" Claro que podia, principalmente porque livro infantil costuma ter muitas imagens, e o que me interessava mais era justamente poder ver, quando eu quisesse, alguns quadros produzidos por ele.

Xul Solar, da coleção "Arte para chicos", é lindo. Narrado em primeira pessoa, como se o próprio pintor estivesse contando sua história, tem algumas fotos do artista, vários quadros do acervo da Fundação (eba, economizei mais de 100 pesos ao deixar de levar o catálogo), detalhes que mostram características de seus trabalhos - transparências, bandeiras, os muitos símbolos - a história da casa onde fica o museu, uma cronologia, bibliografia e a lista de obras retratadas no livro. Ainda mais legal: propõe atividades para as crianças se aventurarem como repórteres ("o que são a filosofia e a astrologia?", pede a autora que descubram), pintoras, detetives (para identificar os símbolos escondidos nos quadros). Atividades para crianças mais crescidas e, principalmente, inteligentes. E que podem também servir para adultos, como eu, que adoro encarar uma brincadeira de vez em quando.

Uns dias depois, na loja do Malba, encontrei ainda Mago Xul - El mundo de Xul Solar para niños, de Didi Grau, com ilustrações de Irene Singer (Calibroscopio, 2009). Igualmente belo, igualmente instigante, e com os mesmos quadros que aparecem no outro livro - ambos foram feitos com apoio da Fundação e do museu. As crianças portenhas estão bem servidas de volumes sobre Xul. Então é preciso juntar-se a elas para descobrir um pouco mais da vida e da obra desse artista genial.

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