Carlos Heitor Cony (Ediouro)
Não tenho a menor idéia de por que esse livro, que tenho numa edição antiquíssima, com o nome do Cony na capa, depois de um tempo apareceu como sendo de autoria de uma certa Sulema Mendes. Se não me engano, não foi só nesse título infanto-juvenil que o Cony virou Sulema - Marina Marina talvez tenha passado pelo mesmo processo. Também não me lembro que idade eu tinha quando li Um presente para Cláudia. Só sei que, por causa da personagem principal - Verônica, e não Cláudia - eu sonhava com o dia em que faria 17 anos. Quinze não servia. Tinha que ser 17.
Verônica é uma garota que sai do Rio de Janeiro e vai para uma cidadezinha no interior de São Paulo para tentar resolver uma velha história de família. Chega e hospeda-se na casa de Cláudia, filha de uma antiga amiga de sua mãe, e logo se vê envolvida por segredos e mentiras, admiração e inveja. A moça causa um rebuliço nos costumes provincianos: muda a vida de um bêbado local, desafia o manda-chuva da cidade e apaixona-se por Eduardo, o namorado da menina mais rica do pedaço. Eu sonhava com o caso de amor de Verônica e Eduardo. Imaginava tramas paralelas, encompridava a história para deixar tudo mais emocionante, revivia mil vezes na minha cabeça a cena do baile em que os dois dançam de rosto colado. Eram minhas historinhas. Que não sei bem quando começaram, terminaram quando eu já era adulta e que, principalmente, foram fundamentais para eu manter o prazer da leitura e exercitar a imaginação.
2 comentários:
Eu li esse livro e nunca mais me esqueci dele. Me lembro até da cor dos olhos de Verônica ou seria Cláudia olhos acinzentados. Como eu queria ser essa personagem... Até hoje tenho saudades dessa leitura e gostaria muito de ler novamente.
Li, quando tinha uns 14 anos. Excepcional! Muito diferente dos livros infantojuvenis de hoje.
Postar um comentário