Vinicius de Moraes (Companhia das Letras, 2008)
Nunca fui muito fã do "Soneto de fidelidade". Em minha pós-adolescência ("pré-juventude"? Como se chama a época que vai dos 18 aos 20 anos?), no final da década de 80, declamar os versos de Vinicius virou meio que lugar-comum, e eu acho que o poema se banalizou - quase como usar as frases do Pequeno príncipe em cartões de amor com dobraduras, se é que me faço entender.
Apesar disso, o verso final - e talvez o mais banalizado do soneto - não me sai da cabeça desde que me despedi, há pouco (e pela milionésima vez nas mesmas circunstâncias) de um homem que não sei quando vou voltar a ver. Porque ele mora em outro país, porque levamos vidas muito diferentes, porque só funcionamos assim, de vez em quando. Nos vemos pouco e sempre por períodos de tempo muito curtos, e alguns anos precisaram se passar pra eu entender que isso não tem importância, que o amor é maior do que a angústia de não saber quando nos veremos de novo, que o amor é maior do que as diferenças entre nossas vidas, que o amor se transforma para continuar sendo amor, e que é infinito enquanto dura.
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