segunda-feira, 2 de novembro de 2009

The lost symbol

The lost symbol
Dan Brown (Doubleday, 2009)

A meu favor, conta o fato de eu nunca ter me considerado "intelectual" - porque dá uma certa vergonha gastar meu tempo lendo uma bobagem de Dan Brown quando eu poderia tirar o atraso de tanto livro bom que comprei e acabou guardado na estante sem sequer ter sido aberto. Bem, não sou perfeita. E sei que a) qualquer Dan Brown, por mais que tenha 500 páginas, pode ser lido em um fim de semana; b) não é preciso prestar atenção nas qualidades literárias do autor, já que elas não existem; c) por mais inverossímeis que sejam, suas tramas rocambolescas conseguem me deixar extremamente curiosa pra saber como é que tudo será resolvido no final.

(Meu único comentário sobre a escrita de Dan Brown - como disse, não existem qualidades literárias, e ninguém precisa ser crítico pra ver isso - diz respeito à maneira irritante como ele usa frases em itálico sem a menor coerência e muito menos parcimônia, como bem notou o blog de livros do Guardian. "The Cube. Katherine Solomon's lab." Que raios é isso? O pensamento do sujeito ou apenas uma forma de enfatizar o lugar aonde ele chegou? É irritante. E acontece o tempo inteiro.)

A essa altura - o livro será lançado no Brasil ainda este mês -, muita gente já deve saber do que trata a nova empreitada do professor Robert Langdon, de Anjos e demônios e O código Da Vinci: a busca frenética por um de seus grandes amigos, sequestrado por um maluco em Washington, e a tentativa de solucionar um antigo mistério ligado à Maçonaria. Como nas aventuras anteriores de Langdon, tudo acontece muito, muito rápido (dessa vez, em apenas uma noite). Como nas aventuras anteriores, não dá pra saber em quem confiar (seria a diretora da CIA mocinha ou bandida? E o administrador do Congresso? E o padre cego? E o próprio amigo sequestrado?). E, como nas aventuras anteriores, não faltam perigos e reviravoltas (mas quem, em sã consciência, pode acreditar que Dan Brown mataria seu principal e mais lucrativo personagem?).

Sei lá se é porque já estou familiarizada com a fórmula do escritor, ou porque conheço os principais monumentos de Washington D.C., ou porque é tudo mesmo muito óbvio - neste livro, consegui "descobrir" os dois principais mistérios da história bem antes da metade. Vantagem? Nenhuma. Apenas a constatação de que, por pior escrito que seja, O código Da Vinci ainda é mais divertido.

2 comentários:

vera maria disse...

Nossa, isabel, acho o máximo vc ler tanta coisa no original, é um privilégio mesmo, eu ggostaria muito de improve my English de modo a ler melhor, mas cadê paciência...:)
beijo, nunca li dan brown mas já li alguns best sellers, sem arrependimento :)
clara

Isabel Pinheiro disse...

Oi, Clara, o caso é que eu gosto muito de ler em inglês. Sempre aprendo novas palavras, novas expressões. Mas procuro alternar livros em inglês com livros em português, pra não cansar. E sinto uma pena enorme por tentar, mas não conseguir, ler em espanhol...

Beijos!