quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Enchantment - The life of Audrey Hepburn

Enchantment - The life of Audrey Hepburn
Donald Spoto (Harmony Books/Random House, 2006)

Nem sei quando foi que eu comecei a amar Audrey Hepburn - sei que Bonequinha de luxo efetivamente mudou a minha vida e que, se eu pudesse escolher, teria exatamente o shape e os Givenchy de Holly Golightly. Já adulta, fui vendo um filme de Audrey atrás do outro: Cinderela em Paris, Sabrina, o ótimo Um clarão nas trevas, Paris quando alucina, My fair lady, Como roubar 1 milhão de dólares, Charada, A princesa e o plebeu.

Sabendo da minha admiração pela atriz, minha cunhada me deu esta biografia de presente, há uns dois anos. Mas só agora consegui pegar pra ler direito: gostei de muitas coisas e não gostei de várias outras. Foi bacana, por exemplo, conhecer detalhes do começo da vida de Audrey Hepburn - saber que ela passou a Segunda Guerra, ainda criança, fingindo ser holandesa, e não britânica, pra não correr o risco de ser pega pelos alemães; saber que ela testemunhou o fuzilamento do tio e de dois primos, também durante a guerra; saber que ela carregou pelo resto da vida o trauma de ter sido abandonada pelo pai. E são bacanas as histórias dos bastidores de diversos filmes da jovem atriz: o caso dela com William Holden e o mau-humor de Humphrey Bogart em Sabrina, a traição do estúdio ao dublá-la sem aviso prévio em My fair lady, o estrelismo de Fred Astaire em Cinderela em Paris, a recusa de Gary Grant em trabalhar com Audrey até Charada.

O lado ruim do livro resume-se - e isso não é pouco - à idolatria de Donald Spoto em relação a seu personagem. O autor trata Audrey Hepburn como uma mulher sem defeitos: amada por todos, estudiosa, simples, modesta em relação ao próprio talento, devotada aos maridos, à mãe, ao pai e aos filhos, elegante sem ser fashion victim, ciosa da própria privacidade, generosa, dedicada a causas nobres. Mas santos não existem, certo? Eu acho impossível que Audrey Hepburn - que qualquer ser humano - não tenha dado uma escorregadinha sequer. Ainda assim, até para falar de pelo menos duas vezes em que ela traiu seu primeiro marido, Mel Ferrer (com o roteirista Robert Anderson e com o ator Albert Finney), Spoto escreve como se ela fosse apenas a vítima de um casamento infeliz, e logo muda de assunto para não ter que entrar no mérito da coisa. Quem sabe, um dia, eu encontre uma biografia mais pé no chão sobre ela.

4 comentários:

lauda disse...

Eu poderia ter escrito o primeiro parágrafo completo, pois tive e tenho a mesma relação com a Audrey. Li este livro a algum tempo e senti a mesma coisa, o autor também deve ser um grande fã.

K disse...

Olha, acho que era perfeita mesmo porque tenho uma biografia dela do Warren G. Harris e conta a mesma história que a sua.
Santa Audrey, rogai por nós !

vera maria disse...

Foi nele que se baseou um filme que vi outro dia na TV sobre a vida dela? A atriz que fazia Audrie era aquela que ajuda fantasmas, esqueci o nome...:)
Tb a acho lindíssima e todas as outras coisas, mas não existe santo ou anjo se é humano, não é mesmo?
beijo,
clara

Isabel Pinheiro disse...

Clara, não sei! Eu não vi esse filme - até li sobre ele, mas não gosto dessa atriz (a dos fantasmas) - não sei o nome dela...

Beijos!