O conto do amor
Contardo Calligaris (Companhia das Letras, 2008)
Toda quinta-feira, quando abro a Ilustrada, fico naquela dúvida boba entre ler logo a coluna do Contardo Calligaris ou "guardá-la" pra depois de outras notícias. Gosto muito do que ele escreve, de sua capacidade de falar de nossos sentimentos e ações de uma maneira leve, geralmente calcada em algum acontecimento ou filme recente, de um jeito que sempre me deixa com vontade de refletir mais sobre o assunto. Por isso fiquei em dúvida quando soube do lançamento de seu primeiro romance. Seria tão bom quanto as colunas?
O fato é que o livro - ainda bem - não tem nada a ver com as colunas. Acho que teria sido muito chato um romance com bases psicanalíticas ou só analíticas, mesmo. Não sou crítica literária. Poderia escrever sobre a premissa estranhíssima do livro (que, segundo contou Calligaris numa palestra, aconteceu de verdade), sobre a desnecessária inclusão de uma personagem brasileira na trama. Mas li O conto do amor com a leveza que ele pede, com a vontade apenas de saber o que aconteceria com Carlo e Nicoletta, de conhecer a história dos quadros. Na mesma Ilustrada que publica a coluna de Calligaris, um crítico falou que o romance se insere na tradição de O nome da rosa. Nada mais distante da verdade; duvido que tenha sido essa a intenção do autor e muito menos o resultado. De novo: por isso é bacana, pela simplicidade. E fiquei muito contente com o final, socialmente incorreto. Boa surpresa.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
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