sábado, 31 de maio de 2008

Chatô, o rei do Brasil

Chatô, o rei do Brasil
Fernando Morais (Companhia das Letras, 1994)

Eu tenho um problema com biografias portentosas, como essa de Assis Chateaubriand: pouco depois de acabar o livro, acabo me esquecendo da maioria dos fatos recém-lidos. Isso sempre me deu aflição, até que resolvi curtir o durante da leitura e deixar de me preocupar com o depois. Se eu esquecer, azar. (Acho que me lembrei de escrever sobre a biografia do Chatô porque acabei de comprar o novo tijolão de Fernando Morais, a biografia do Paulo Coelho. E porque percebo com tristeza que várias passagens da vida da princesa Diana também já sumiram da minha memória.)

Na maioria das vezes, felizmente, a impressão que tive do livro permanece. Gostei de Chatô. Mas admito que da história do nordestino que veio do nada e virou dono de jornais, milionário, figura influente etc etc etc, já não sei quase nada. Do que me lembro: a ida de Chatô doente à Inglaterra, para a coroação da rainha Elizabeth II; a criação do Masp; uma festa com Danuza Leão fantasiada de cangaceira; o final solitário, só com enfermeiros e fisioterapeutas, num casarão em São Paulo. Mas do que eu queria mesmo me lembrar era a história dos Diários Associados. Que droga.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, e eu que esqueço todo final de livro!? =/ É terminar de ler e, daqui uma semana, eu esqueço como termina. Acho que é uma maneira que o subconsciente achou para eu reler tudo o que gosto como se fosse, novamente, a primeira vez. Eu li Chatô nas férias do primeiro ano da faculdade, junto com "Cobras Criadas", do Luiz Maklouf Carvalho - uma overdose de livros sobre jornalismo, coisa de bixo ainda encantado com o universo jornalístico. Têm coisas que eu já não me lembro se li no livro de Fernando Morais, se li em texto dado em aula, ou se foi menção em outros livros sobre algum jornalista da época. Mas tem uma parte, logo no comecinho de Chatô, que eu adoro: quando ele era empregado na casa do dono das "Casas Pernambucanas". Ali, ele já mostra a que veio ao mundo. Gosto muito mais da figura dele, do que de qualquer outro jornalista metido a socialista que morreu em 1968.