Henning Mankell (Companhia das Letras, 2001)
Fazia tempo que não acontecia de eu pegar um livro e ler tudo em dois dias, como foi com Assassinos sem rosto. Mas confesso que houve um motivo para isso: comprei o livro para dar de presente e resolvi, primeiro, conferir a história - meu presenteado, afinal, é fã de romances policiais, e, como eu nunca tinha lido Mankell antes, fui ver se a história era bacana. Gostei. Não tanto quanto de Fred Vargas, que eu diria ser um Mankell aprimorado, mas gostei.
Este é o romance que apresenta o inspetor Kurt Wallander, o Jean-Baptiste Adamsberg de Henning Mankell. Assim como o colega fictício francês, o sueco Wallander vive sozinho, tem problemas com as mulheres e lidera uma equipe formada por tipos bem diferentes de policiais. Mas Adamsberg é um personagem muito mais carismático e bem-construído: a gente torce por ele. Talvez lendo outros livros de Wallander eu passe a torcer por ele também, mas nessa sua estreia só o que eu conseguia pensar era em, por exemplo, "por que ele não foi conversar com as filhas do casal assassinado?" Ou na superficialidade com que aparecem figuras que deveriam ter alguma importância na vida do detetive - a filha de Wallander, Linda, é um ser meio evanescente, assim como a Camille de Adamsberg, mas muito menos interessante; e não dá pra ter qualquer simpatia por seu velho pai, cada vez mais senil, ou pelo melhor amigo que ficou no passado.
E aí tem uma outra coisa que me incomoda muito em alguns policiais, até mesmo em Fred Vargas: a solução fácil. Podem falar o que quiser de Agatha Christie, subliteratura e sei lá o quê, mas pelo menos seus finais eram quase sempre surpreendentes. Pelo menos neste livro, Henning Mankell ficou devendo um desfecho mais emocionante.
2 comentários:
Ola!
Eu tambem li este livro ha uns meses atras, gostei bastante apesar do final obvio!
Oi, Vivi! Na verdade, eu nem achei o final tão óbvio. Achei meio preguiçoso, sabe?
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