Ganymédes José (Brasiliense, 1976)
Hoje eu estava indo para o trabalho e, de repente, me dei conta - como todo ano, aliás - que não aproveitei direito a temporada dos ipês. Não fui a nenhum parque para vê-los com calma, não passei por nenhuma estrada margeada pelas árvores. E várias já começam a perder as flores. Daqui a pouco, só no ano que vem. Então me veio à cabeça este livro infanto-juvenil, parte de uma coleção que, assim como a Vagalume, marcou meu início no mundo das letras: a Jovens do Mundo Todo.
Por algum motivo misterioso, eu penso em quaresmeiras, e não em ipês, quando me lembro deste livro. Vai ver é pelo roxo da capa. Vai ver é porque quaresmeiras, de certa forma, estão associadas à morte do meu pai. Na verdade, minha memória guarda pouca coisa da história. Sei que é triste, que há pobreza, que há morte no final. Sei, também, que trata do momento em que crianças deixam de ser crianças, em que jovens olham pela primeira vez, de frente, para as dificuldades de crescer. Está esquecido, mas foi um livro marcante. E muito, muito diferente das historinhas divertidas e descompromissadas que Ganymédes José escreveu e assinou com seu sobrenome, Santos de Oliveira - a série da Inspetora era a minha favorita. Leitura escapista, diante da realidade triste de Quando florescem os ipês.
3 comentários:
Este livro marcou a minha adolescência. Saudade...
Me lembro demais desse livro, especialmente uma em que uma menina dizia que queria ser enterrada debaixo de um ipê, para ficar ouvindo as flores caindo no chão. Qual é o nome da pessoa que fez o desenho da capa?
neste ano faz dez anos que li esse livro e é engraçado que em varias partes do livro eu me identifico com o toninho,pois passava por mudanças na minha vida e de certa forma esse livro me ajudou.e em uma visita a casa de minha mãe qual a minha surpresa! encontrei jogado atras do guarda roupas o meu velho amigo de tardes ensolaradas.lá estava ele jogado as traças,agora ele está comigo só estou esperando um tempo livre para lê-lo outra vez
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