domingo, 20 de junho de 2010

Solar

Solar
Ian McEwan (Jonathan Cape, 2010)

Tenho muita raiva de mim mesma quando começo a ler qualquer coisa sobre alguma obra que está na minha fila de leituras. Eu já sabia que compraria o novo McEwan, qualquer que fosse o assunto - por que, então, conferir o que foi escrito sobre ele no lançamento britânico, no lançamento americano? Pior: até consegui passar batido sobre as críticas, mas não resisti a uma sinopse. E, por causa dela, coloquei o peso de Solar num acontecimento que até tem importância para a trama, mas que não é, nem de longe (como eu imaginava), o fio condutor da história. Paciência, azar. Quem sabe agora eu aprendo.

Comecei a ler Solar num fim de semana de trabalho em São Roque, continuei em Miami e terminei aqui em São Paulo, em meio a uma agenda de compromissos muito apertada e ao tratamento para uma infecção no dente que me faz sentir muita dor e tomar tanto analgésico que faria inveja ao Doutor House. Escrevo tudo isso pra tentar entender por que eu não me apaixonei pelo livro - desde Reparação, eu meio que me sinto obrigada a me apaixonar por qualquer McEwan -, embora reconheça nele a prosa sensacional do escritor e tenha dado muita risada em alguns momentos de ironia inteligente e intensa.

O livro vale principalmente por Michael Beard, o personagem principal, um sujeito detestável que vive das honras amealhadas por um prêmio Nobel de Física, conquistado algumas décadas atrás. No ano 2000, Beard está às voltas com o fim de seu quinto casamento, um emprego conveniente e inócuo e a ameaça do aquecimento global. Mas falar mais é fazer como a sinopse que eu li, e tirar a graça da história.

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