segunda-feira, 12 de abril de 2010

The devil and Sherlock Holmes

The devil and Sherlock Holmes
David Grann (Doubleday, 2010)

Ao lado da minha cama, no chão, existe uma pasta com diversas matérias publicadas pela Vanity Fair no último ano: como não consigo ler tudo quando a revista chega (e é a única que eu assino), tiro as páginas com os textos que me interessam e guardo tudo para uma sonhada leitura futura. Pois com as matérias deste livro - são doze, nove delas editadas originalmente na The New Yorker - aconteceu o contrário: li tudo de uma vez, sei lá se porque em livro (na verdade, em Kindle) é melhor, sei lá se porque os temas são interessantes, ou se porque David Grann escreve muito bem.

A primeira matéria trata da morte suspeita de um inglês especialista em Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. Depois vêm textos sobre um oceanógrafo que dedica a vida a encontrar uma lula-gigante, sobre um francês "especialista" em assumir outras identidades, um bombeiro que não se lembra do que aconteceu no 11 de setembro, o julgamento do que foi tida como a mais violenta gangue dentro das prisões americanas e outros, de temas tão variados. Meus preferidos: a história de um escritor que narra, em seu romance de estreia, um crime até então aparentemente insolúvel, acontecido na Polônia (e o caminho que levaram os policiais até ele) e a última reportagem, sobre o haitiano que comandava uma milícia do tipo esquadrão da morte, no Haiti, e ao mesmo tempo tinha ligações com a CIA.

Mais do que excelentes trabalhos de jornalismo investigativo, as histórias reunidas por Grann neste livro são, para mim, pequenas peças literárias. Não se trata do "new journalism" de Truman Capote e John Hersey, ou dos escritos de Joel Silveira, no Brasil. Temas interessantes, trabalho competente e muito bem-escrito; isso basta.

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