The devil and Sherlock Holmes
David Grann (Doubleday, 2010)
Ao lado da minha cama, no chão, existe uma pasta com diversas matérias publicadas pela Vanity Fair no último ano: como não consigo ler tudo quando a revista chega (e é a única que eu assino), tiro as páginas com os textos que me interessam e guardo tudo para uma sonhada leitura futura. Pois com as matérias deste livro - são doze, nove delas editadas originalmente na The New Yorker - aconteceu o contrário: li tudo de uma vez, sei lá se porque em livro (na verdade, em Kindle) é melhor, sei lá se porque os temas são interessantes, ou se porque David Grann escreve muito bem.
A primeira matéria trata da morte suspeita de um inglês especialista em Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. Depois vêm textos sobre um oceanógrafo que dedica a vida a encontrar uma lula-gigante, sobre um francês "especialista" em assumir outras identidades, um bombeiro que não se lembra do que aconteceu no 11 de setembro, o julgamento do que foi tida como a mais violenta gangue dentro das prisões americanas e outros, de temas tão variados. Meus preferidos: a história de um escritor que narra, em seu romance de estreia, um crime até então aparentemente insolúvel, acontecido na Polônia (e o caminho que levaram os policiais até ele) e a última reportagem, sobre o haitiano que comandava uma milícia do tipo esquadrão da morte, no Haiti, e ao mesmo tempo tinha ligações com a CIA.
Mais do que excelentes trabalhos de jornalismo investigativo, as histórias reunidas por Grann neste livro são, para mim, pequenas peças literárias. Não se trata do "new journalism" de Truman Capote e John Hersey, ou dos escritos de Joel Silveira, no Brasil. Temas interessantes, trabalho competente e muito bem-escrito; isso basta.
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