domingo, 13 de setembro de 2009

The corrections

The corrections
Jonathan Franzen (Harper Trade UK, 2007)

Finalmente, depois de um longo hiato provocado pelo excesso de trabalho, terminei de ler The corrections. Gostei. Mas o livro (existe também traduzido para o português) não mexeu comigo tanto quanto eu pensei que pudesse mexer - por estar passando, eu mesma, por uma fase da vida em que algumas correções intensas são necessárias. Vai ver é porque, assim espero, não sou tão disfuncional quanto a família criada por Jonathan Franzen neste livro.

Depois de uma vida inteira dedicada ao trabalho de engenharia na ferrovia local, Alfred, o pai, está começando a sofrer as consequências do mal de Parkinson. Enid, a mãe, tenta de todo modo manter as aparências do que imagina ser uma família perfeita do meio-oeste americano - mesmo que, para isso, tenha que ignorar a realidade, as necessidades e os sentimentos do marido e dos filhos. Na Filadélfia, o filho mais velho, Gary, trava uma luta de forças com a mulher, Caroline, e teme estar entrando em depressão. Denise, a filha mais nova, é uma chef de cozinha divorciada que sente muito mais afinidade com o pai do que com a mãe. Em Nova York, por fim, o filho do meio, Chip, procura se virar fazendo bicos de revisor e trabalhando no roteiro de um filme. E Enid quer juntar todos, filhos e netos, para um último Natal em St. Jude, a cidade onde nasceu, foi criada e vive até hoje.

A história vai e volta diversas vezes no tempo - o presente é um mês de outubro em que Alfred e Enid embarcam num cruzeiro até o Canadá, Gary briga com a mulher por causa do Natal em St. Jude, Denise está trabalhando num super-restaurante e Chip aceita viajar para a Lituânia -, principalmente para mostrar como cada um existe do jeito que é e que tipo de correções, na vida, eles gostariam de fazer. Mas há várias tramas paralelas e, talvez por minha leitura ter sido interrompida durante várias semanas, achei algumas delas cansativas e desnecessárias. Todo o Corecktall, por exemplo, e a história da amiga que Enid faz no navio. Outras são divertidíssimas (a visita de Enid ao médico de bordo) ou ajudam a explicar a personalidade de Alfred, para mim o grande, e injustiçado, personagem do livro. Uma das passagens finais, o "acerto de contas" entre marido mulher, é belo e muito triste.

Mas se nem a vida é sempre justa, por que a ficção haveria de ser?

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